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Archive for março \31\+00:00 2011

A verdade, eu descobri, é que a gente nunca sabe se está fazendo a escolha certa. Nunca vamos saber. Sempre existe a outra opção e por mais que a gente acredite que sabe onde é que aquela rota iria dar: não, não sabemos, pois não somos nós que estamos naquele volante.

Você faz uma escolha, parece certa, mas a outra opção poderia ser bem melhor.
Ou ainda, você faz uma escolha, a suposta escolha errada, mas que vem a ser bem melhor do que alternativa.

A verdade, reformulo, é que não parecem existir decisões certas ou erradas, mas caminhos próprios. Eu torço para que a minha escolha de hoje me mantenha no caminho mais adequado, naquele que se encaixa nos meus sonhos maiores ou naquele que seja melhor pra mim. De forma mais simples: torço para que me leve para o meu próprio caminho.

Tem algo que diz que a gente deve agir – ou não agir, conforme for a situação. Esse algo, que é um personagem diferente para cada um, seja Deus, a consciência, a voz interior, um guru espiritual ou um anjo da guarda, é quem manda na situação.

Uma moça diferente disse que quando chega a hora, chega a hora e a escolha atropela a gente. No meu caso, a escolha tropeçou nas minhas pernas e saiu me arrastando pelos punhos. Quando vi já estava de fora da sala, com lágrimas nos olhos e leveza na cabeça. O coração ainda fica pesado por uns dias.

A gente – ou eu posso muito bem ser a única a me preocupar com isso – só torce para que dê tudo certo, o que quer que isso queira dizer.

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‘Ultimamente tem passado muitos anos’, e eu não vi o mês de março que acabou. As chuvas de verão já foram, mas o outono ainda ensaia os últimos passos da estação passada, com céu limpo e temperatura alta. Eu não tenho visto o correr das horas de cada minuto.

O tempo voa pra consumir uma espera interminável, mas também fica para dizer das coisas boas do esperar. Ainda assim, tenho visto os amigos, recebido notícias com tanta velocidade que me perco nas minhas faltas e respostas.

Na pressa, é preciso saber do sim e do não. Saber a hora de parar e de sorrir de volta. Procurar formas, realizar-se. Ultimamente, eu não tenho visto o tempo. Me perco entre o domingo e a sexta-feira.  Porém, mais triste que a pressa, é o não saber ficar. Entre um lugar e outro, me fixei. Raízes suspensas para ter o direito de recomeçar. (E respirar. E saber o meu).

A vida é feita assim: de escolhas automáticas, de tristezas passageiras e daquilo de bom existente em um dia cheio: um almoço, uma boa companhia, um conselho ou uma risada. Os anos passam e me carregam pelas mãos.

Em contrapartida, me deixam histórias, pessoas, vontades. Os anos me fazem livre para ser  diferente daquilo do que fui e serei. Os anos me dão espaço para ser o hoje. O tempo não traz consigo a conformidade com a paisagem, mas sim  uma alegria real de se ter o controle e um amanhã baseado em toda leveza existente na loucura de cada amanhecer.

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Você vive.

A vida é um amontoado de escolhas. Uma por cima da outra, três ao mesmo tempo, opção de vida, opção do dia, escolha, escolha, escolha. Hoje a sensação é de que eu não vivo, eu decido.

 

Macarrão ou filé grelhado? Sair ou dormir? Dormir ou correr? Ficar ou sair? Desistir ou não desistir? Tudo é decisão e decisão cansa, estressa, enlouquece. É só imaginar um organograma – ui, tô culta – pra ver que uma opção boba, aquele quadradinho pequeno no começo tudo é o que determina o rumo que será seguido, pra que lado da página você vai. E não tem volta, na maioria das vezes não tem.

 

Pensar tudo tão racionalmente desespera o emocional, que não sabe o que fazer com tanta escolha e tanta pressão. Fico sentadinha na cadeira sentindo o peso dessa tromba d’água nas costas. E se o dia de hoje determinar o resto dos dias? E quantos dias restam? Dá pra alguém ir até o final do filme e depois se sentar ao meu lado, assistir comigo e ir me contando a história?

 

Mas ao mesmo tempo isso é só a vida. É só vida.

É só uma das várias e não é isso que vai contar na minha evolução.

Não são essas escolhas, são outras.

 

Perdão pela extrema pessoalidade do texto, mas às vezes a gente tem que escancarar a primeira pessoa e parar de se esconder na pessoa impessoal. Não somos nós, sou eu. Eu que enlouqueço, você assiste. Você assiste e faz as suas escolhas sem nem ver. Eu vejo, eu sinto, eu sofro. Eu empaco, você vive.

 

Eu escrevo, você lê. É a vida.

Tem coisas que não se escolhe.

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